O mundo das relações de trabalho foi um dos mais impactados pela pandemia da Covid-19, que agravou a crise econômica, que já existia em nosso país e em várias parte do mundo.
A pandemia chegou inesperadamente, apanhando todos de surpresa, sem tempo hábil para se pensar ou instituir soluções de transição. Tanto as empresas como os trabalhadores tiveram que se adaptar de um dia para o outro a uma nova e perigosa realidade.
Todos, sem exceção, foram tirados de suas trajetórias e obrigados a enfrentar situações inéditas, impensáveis até então.
O profissional que quiser sobreviver no mundo do trabalho pós pandemia, deverá se adaptar rapidamente às mudanças e se preparar para aquelas que estão por vir.
Importantíssimo que o trabalhador se atualize e se aperfeiçoe constantemente, o chamado lifelong learning.
Ademais, o trabalhador deverá estar disposto a trabalhar à distância ou mesmo de forma híbrida.
Uma das mais importantes mudanças está na capacidade do trabalhador ser
multifuncional. As empresas, cada vez mais, irão exigir tal habilidade dos seus empregados, pois estes precisarão atender às expectativas de empresas que atuam em seus diversos segmentos econômicos.
Os trabalhadores menos qualificados serão os mais impactados pois são os que mais sofrerão com a precarização do trabalho, correndo riscos de serem substituídos pela tecnologia.
Não há como negar que a situação da mulher no mercado de trabalho pós-pandemia, é mais alarmante que dos homens. O Secretário-Geral da ONU, António Guterrez, afirmou que apesar de todo o ativismo pela igualdade de oportunidade no trabalho e da existência de várias normas sobre o assunto, as mulheres ainda ganham menos de 80 centavos para cada dólar recebido por homens e que o valor diminui quando elas têm filhos, são negras, refugiadas ou possuem deficiência.
Inegável, portanto, que será preciso se adaptar ao novo normal. O avanço tecnológico transforma a realidade dos espaços, tanto físicos como os virtuais. Assim, o estado de calamidade decorrente da pandemia do coronavírus exige o pensamento de novas formas de trabalho, para que o país e o mundo não entrem em colapso financeiro-econômico, assim como o direito e a legislação trabalhista necessitarão ser atualizados, a fim de garantir um equilíbrio entre as relações de trabalho e a ordem econômica.
Ana Paula Carolina Abrahão Rodrigues é advogada e sócia do Mesquita Ribeiro Advogados.
Ótimo conteúdo.